A obesidade infantil é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal em crianças, o que pode prejudicar sua saúde física e emocional. Ela é avaliada por meio do Índice de Massa Corporal (IMC) ajustado para idade e sexo, além de outros parâmetros como a distribuição de gordura corporal.
Neste artigo, você vai entender os principais fatores de risco, formas de prevenção e dicas práticas para ajudar as crianças a terem uma vida mais saudável.
Fatores de risco para obesidade infantil
O excesso de peso nas crianças geralmente é causado por uma combinação de má alimentação, sedentarismo, fatores emocionais e, em alguns casos, alterações hormonais:
- Alimentação desequilibrada: o consumo frequente de alimentos ultraprocessados, açúcares e gorduras favorece o ganho de peso.
- Sedentarismo: a falta de atividade física é um dos principais contribuintes.
- Fatores genéticos: crianças com pais obesos têm maior risco.
- Fatores emocionais: ansiedade, estresse e ambiente familiar podem influenciar nos hábitos alimentares.
A obesidade infantil não é apenas uma questão estética. Ela pode levar a problemas graves de saúde, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares e baixa autoestima.
Criança “gordinha” é sinal de saúde? Nem sempre!
Ainda é comum ouvir que uma criança gordinha é uma criança saudável, mas hoje sabe-se que isso não é verdade. O crescimento saudável deve ser proporcional entre peso e altura, respeitando a faixa etária da criança.
Com o aumento dos casos de obesidade infantil, é cada vez mais comum termos uma percepção distorcida do que seria um peso saudável — muitas vezes achamos que a criança está com peso normal porque a comparamos com outras crianças também acima do peso. Por isso, é importante acompanhar regularmente o peso e a altura com o pediatra. Quanto mais cedo forem identificados sinais de ganho de peso excessivo, melhores são os resultados com o tratamento adequado.
Em geral, os pediatras se utilizam de tabelas que comparam a altura e peso da criança com outras da mesma idade, além de medir se o desenvolvimento segue de forma proporcional ao longo dos anos. Quando há sinais de disparidade, é preciso avaliar se é um caso de sobrepeso ou obesidade e encaminhá-lo ao endocrinologista pediátrico, o médico que trata obesidade infantil.
Como saber se uma criança é obesa?
Não existe um número fixo de quilos que defina se uma criança é obesa, pois o diagnóstico leva em conta a relação entre peso, altura, idade e sexo. A forma mais usada para identificar a obesidade infantil é o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) ajustado para a idade, comparado a curvas de crescimento reconhecidas, como as da Organização Mundial da Saúde (OMS). Quando o IMC está acima do percentil 97 para a idade e sexo, considera-se obesidade. O ideal é que essa avaliação seja feita pelo pediatra ou por um endocrinologista pediátrico, que poderá analisar o caso com mais precisão e indicar o melhor caminho para o tratamento.
De toda forma, os pais e cuidadores são essenciais para detectar precocemente os sinais de obesidade infantil. É importante ficar atento aos seguintes sinais de alerta:
- Ganho de peso acelerado, em geral mais rápido do que o crescimento em altura.
- Cansaço ao brincar ou praticar atividades físicas.
- Queixas como dores nas articulações, manchas escuras no pescoço e nas axilas e roncos durante o sono, que podem indicar problemas de saúde como resistência à insulina e apneia do sono.
- Roupas deixando de servir rapidamente
- Histórico familiar de obesidade ou doenças metabólicas
Se notar algum desses sinais, procure um endócrino pediatra para uma avaliação detalhada.
Como tratar uma criança obesa?
O tratamento da obesidade infantil exige mudanças nos hábitos alimentares, a prática de atividade física e, em alguns casos, apoio psicológico e avaliação médica especializada.
Alimentação Saudável
- Ofereça alimentos frescos, como frutas, legumes, verduras e grãos integrais.
- Reduza o consumo de doces, refrigerantes e alimentos industrializados (ultraprocessados).
- Incentive refeições em família, acompanhe a qualidade da alimentação e seja exemplo de uma alimentação saudável.
Atividade Física Regular
- Estimule a prática de esportes e brincadeiras ao ar livre.
- Limite o tempo em frente às telas (televisão, videogames e smartphones).
- Crie uma rotina ativa para toda a família.
Acompanhamento multidisciplinar
- Um endocrinologista pediátrico pode identificar causas hormonais ou metabólicas da obesidade infantil.
- Outros profissionais, como nutricionistas e psicólogos, são essenciais para um tratamento mais completo.
Dicas práticas: como ajudar seu filho a perder peso com saúde
É muito comum que os pais se perguntem o que podem fazer quando a criança está acima do peso. Ajudar uma criança obesa a adotar hábitos saudáveis pode parecer um desafio, mas pequenas mudanças no dia a dia podem fazer uma grande diferença. As crianças são um espelho do ambiente familiar e quando toda a casa se transforma, a mudança se torna natural para a criança.
Veja o que ajuda a criança a emagrecer de forma saudável e duradoura:
1. Crie um ambiente saudável em casa
- Mantenha frutas, vegetais e opções saudáveis sempre disponíveis em casa.
- Evite comprar e guardar guloseimas, refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados e outros alimentos ultraprocessados.
- Sirva as refeições em família e evite distrações, como TV ou celular à mesa.
2. Inclua a criança nas escolhas
- Leve a criança para ajudar nas compras e ensine a escolher alimentos saudáveis.
- Envolva a criança no preparo das refeições – isso aumenta o interesse por novos sabores.
- Explique, de forma lúdica, como a alimentação influencia na saúde e no bem-estar.
3. Dê o exemplo
- Adote hábitos saudáveis como rotina da família e mostre que você também está comprometido com uma vida saudável.
- Mostre, com suas atitudes, que uma vida ativa e equilibrada é uma prioridade para todos.
- Pratique atividades físicas com seu filho — caminhar, andar de bicicleta ou brincar ao ar livre.
4. Cuide do emocional
- Evite críticas, apelidos ou comparações — eles podem afetar profundamente a autoestima da criança.
- Incentive e elogie os pequenos progressos
- Reforce que o processo de mudança é um aprendizado para toda a família. Lembre-se: a criança deve sentir que não está sozinha nesse processo.
Muitas vezes, palavras ditas no dia a dia, mesmo com a intenção de carinho, acabam gerando insegurança e vergonha. Apelidos como “gordinha”, “fofinha”, “buchudinho”, “rolinho” ou “fortinho” são exemplos comuns que, embora pareçam inofensivos, transmitem a ideia de que o corpo da criança está sendo observado e julgado.
Essas expressões podem marcar profundamente a forma como a criança se enxerga, dificultando o desenvolvimento de uma relação positiva com o próprio corpo. O ideal é adotar uma comunicação afetuosa, respeitosa e livre de rótulos, focando na saúde, no bem-estar e nos bons hábitos — e não no peso ou na aparência física.
5. Monitore o progresso
- Consulte um endocrinologista pediátrico, o médico que trata obesidade em crianças, para investigar se há causas hormonais ou metabólicas.
- Um plano de tratamento pode incluir nutricionistas, psicólogos e outros profissionais, dependendo do caso.
- Celebre pequenas conquistas — cada passo conta no caminho para uma vida mais saudável.
Obesidade infantil: quando procurar ajuda?
Em alguns casos, a obesidade infantil pode ser um sintoma de condições hormonais ou metabólicas que exigem tratamento especializado.
Quando consultar um endocrinologista infantil?
- Quando a criança apresenta ganho de peso desproporcional à altura.
- Se houver casos de obesidade, diabetes ou doenças metabólicas na família, como dislipidemia.
- Quando surgirem sinais de alterações hormonais, como puberdade precoce
O acompanhamento com um endocrinologista pediátrico ajuda a entender as causas da obesidade e iniciar o tratamento o quanto antes — o que melhora significativamente os resultados a longo prazo.
A obesidade infantil é um desafio crescente, mas pode ser superado com o apoio dos profissionais certos e mudanças nos hábitos de vida. É fundamental que pais e cuidadores estejam atentos aos sinais e busquem orientação profissional para garantir o bem-estar físico e emocional da criança.
Pequenas mudanças no dia a dia, como uma alimentação saudável e a prática de exercícios, podem fazer toda a diferença. Lembre-se de que a jornada para uma vida mais saudável é um processo conjunto, que envolve toda a família. Se você suspeitar que seu filho ou filha está enfrentando dificuldades relacionadas ao peso, procure o auxílio de um endocrinologista pediátrico para um diagnóstico preciso e um plano de ação eficaz.
Dúvidas Frequentes Sobre Obesidade Infantil
O tratamento inclui mudanças na alimentação, aumento da atividade física e, em alguns casos, acompanhamento médico. Procure um médico que trata obesidade infantil, como uma endócrino pediatra, para uma abordagem individualizada.
A perda de peso é uma consequência da adoção de hábitos mais saudáveis. Aliar uma vida ativa a bons hábitos alimentares é a chave para o controle de peso.
- Adote uma dieta balanceada, com alimentos naturais e ricos em nutrientes.
- Incentive brincadeiras e exercícios físicos regulares.
- Limite o consumo de alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas.
O primeiro passo para apoiar a jornada do controle de peso de uma criança é se tornar um exemplo de hábitos saudáveis. Além disso, é essencial criar um ambiente positivo e sem julgamentos. Por fim, conte com o apoio de profissionais, como nutricionista, psicólogo e endocrinologista infantil.