A síndrome de Down é uma condição genética causada pela presença de um cromossomo extra no par 21. Graças aos avanços da medicina, hoje é possível oferecer um acompanhamento multidisciplinar que melhora significativamente o desenvolvimento e a qualidade de vida dessas crianças.
Entre os especialistas essenciais, o endocrinologista infantil (ou endócrino pediatra) tem um papel central no monitoramento do crescimento e no diagnóstico precoce de alterações hormonais, que são bastante frequentes em pessoas com síndrome de Down. Problemas como doenças da tireoide, baixa estatura, obesidade e alterações menstruais podem surgir ao longo da infância e adolescência. Por isso, o acompanhamento regular é fundamental para garantir um desenvolvimento saudável.
Importância do acompanhamento endócrino
Crianças e adolescentes com Síndrome de Down apresentam maior risco de desenvolver alterações hormonais e metabólicas. , que podem afetar o crescimento, o desenvolvimento cognitivo, a puberdade e a saúde geral. Por isso, o acompanhamento regular com um endocrinologista pediátrico é essencial desde os primeiros anos de vida.
Principais alterações hormonais na síndrome de Down
- Baixa estatura e alterações no crescimento: Crianças com a síndrome costumam ter estatura mais baixa em comparação com seus pares. O endocrinologista acompanha curvas de crescimento específicas para síndrome de Down, verifica se a curva de crescimento está adequada, e indica tratamento com hormônio do crescimento quando necessário.
- Doenças da tireoide: O hipotireoidismo é a anormalidade endócrina mais comum em pacientes com síndrome de Down, podendo estar presente desde o nascimento ou surgir ao longo da infância. Precisa ser identificado precocemente para evitar impactos cognitivos e de desenvolvimento. Por isso, é fundamental realizar exames de tireoide periódicos, mesmo em crianças sem sintomas evidentes. O hipertireoidismo também pode ocorrer.
- Distúrbios metabólicos e obesidade: Existe uma maior predisposição à obesidade, resistência à insulina e distúrbios metabólicos. O acompanhamento envolve orientações nutricionais individualizadas e controle periódico de peso, glicemia e perfil lipídico.
- Diabetes tipo 1: A incidência de diabetes tipo 1 é mais alta em crianças com síndrome de Down. O rastreamento precoce e o diagnóstico rápido permitem iniciar o tratamento adequado para evitar complicações.
- Puberdade e menstruação: Em crianças com síndrome de Down, a puberdade geralmente segue a mesma sequência que nas demais crianças, porém podem ter um atraso no início da puberdade e na maturidade social, emocional e cognitiva. Além disso, fatores como peso corporal e doenças da tireoide podem influenciar tanto o início quanto o ritmo da puberdade. O endocrinologista monitora cada fase para garantir que o desenvolvimento ocorra de forma saudável e no tempo certo.
Altura normal: o que observar
O crescimento infantil segue curvas específicas. Em crianças sem a síndrome, a altura normal para cada idade costuma ser:
O crescimento infantil segue padrões bem estabelecidos, representados nas curvas de crescimento. A altura média esperada para crianças sem a síndrome, em cada faixa etária, costuma ser:
- Ao nascer: 45 a 53 cm
- 1 ano: 70 a 80 cm
- 5 anos: 100 a 118 cm
- 10 anos: 125 a 151 cm
- 15 anos: 144 a 175 cm
Nas crianças com Síndrome de Down, o crescimento mais lento é uma característica marcante, e a altura tende a ficar abaixo desses valores. Isso se deve, em parte, a alterações em hormônios que controlam a liberação e a ação do hormônio do crescimento. Por isso, o médico que trata distúrbio de crescimento avalia periodicamente se a altura está dentro da curva esperada. Em alguns casos selecionados, o uso de terapia com hormônio do crescimento (GH) pode ser avaliado pelo endocrinologista pediátrico, embora os resultados e indicações ainda sejam objeto de estudos e análise individualizada.
Outras doenças associadas à Síndrome de Down
Além das alterações hormonais, crianças com síndrome de Down podem apresentar várias comorbidades ao longo da infância e adolescência:
- Doença celíaca e refluxo gastroesofágico: são mais comuns em crianças com síndrome de Down e podem interferir no crescimento e na absorção de nutrientes.
- Doenças autoimunes, como artrite juvenil e vitiligo, também apresentam prevalência aumentada e requerem vigilância clínica.
- Problemas cardíacos congênitos: afetam cerca de metade dos bebês com síndrome de Down; muitas vezes são tratáveis com cirurgia, com excelentes resultados.
- Alterações auditivas: até 75% das pessoas com a síndrome apresentam algum grau de perda auditiva ao longo da vida, principalmente por acúmulo de líquido na orelha média.
- Problemas de visão: como miopia, estrabismo e catarata, ocorrem com mais frequência e exigem avaliação oftalmológica desde o primeiro ano de vida.
- Alterações odontológicas: são mais comuns e requerem acompanhamento regular com o dentista desde cedo.
- Alterações ortopédicas: decorrentes da frouxidão ligamentar e hipotonia muscular, podem afetar quadris, joelhos, pés e coluna.
- Espasmos epiléticos: acometem cerca de 5% das crianças com a síndrome, geralmente nos primeiros anos de vida.
- Alterações hematológicas: há maior frequência de diferenças nas contagens sanguíneas e risco aumentado para leucemias (LLA e LMA).
- Alterações dermatológicas: como língua fissurada, alopecia areata, dermatite seborreica, lentigos e vitiligo são mais comuns, assim como infecções de pele devido à imunidade reduzida.
O endocrinologista infantil atua em parceria com uma equipe multidisciplinar, que pode incluir geneticista, neuropediatra, cardiologista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e psicólogo, para oferecer um acompanhamento completo e integrado à criança.
Consultas regulares com um endocrinologista pediátrico em São Paulo permitem identificar precocemente alterações hormonais, prevenindo complicações e orientando cada etapa do desenvolvimento, para garantir uma melhora significativa da qualidade de vida da criança.
Se você tem dúvidas sobre o acompanhamento da criança com Síndrome de Down, agende uma consulta para uma avaliação individualizada.
FAQs - Perguntas frequentes
O cuidado é multidisciplinar. Envolve endocrinologista pediátrico, geneticista, neuropediatra, cardiologista e outros profissionais para garantir o desenvolvimento saudável da criança.
O hipotireoidismo é comum e pode causar distúrbios de crescimento e desenvolvimento, além de prejudicar a cognição a disposição. Exames regulares permitem diagnóstico e tratamento precoces para evitar atrasos do desenvolvimento.
Logo após o diagnóstico da Síndrome de Down. O especialista define a frequência das consultas e solicita exames para monitorar os hormônios e o crescimento desde os primeiros meses de vida.
